quarta-feira, 16 de outubro de 2024

M, O VAMPIRO DE DUSSELDORF

Título Original: M
Diretor: Fritz Lang
Ano: 1931
País de Origem: Alemanha
Duração: 109min

Sinopse: Quando a polícia de uma cidade alemã não consegue encontrar um assassino de crianças, outros criminosos decidem ajudar na caçada humana.

Comentário: Finalmente assisti, eu até havia comprado em VHS quando era adolescente, mas foi um daqueles filmes que ficaram na fila por décadas. Intrigante que Fritz Lang tente manipular o espectador para humanizar o assassino, na tentativa de tirar-nos da turba que quer linchá-lo, justo o Sr. Lang que tinha em seu currículo a morte da primeira esposa (Lisa Rosenthal) como uma das mais mal explicadas da história do cinema, a qual muitos biógrafos concordam de que Lang a assassinou em 1921. Típico do assassino dizer que vive um tormento depois que é pego, pois até aquele momento ele me parecia muito bem, seu único tormento me parecia ser o medo de ser descoberto, talvez o mesmo que o diretor tinha. Não fui dissuadido a abandonar a turba, eu teria ido até as últimas consequências contra um assassino de crianças. Tirando o ser humano com valores bem duvidosos que era o diretor, como profissional do cinema era realmente um fenômeno, o filme te prende, tem um ritmo eletrizante e diálogos excelentes. Peter Lorre dá um show e é interessante ver Otto Wernicke interpretando o Inspetor Lohmann, papel que iria reprisar no O Testamento do Dr. Mabuse, filme que Lang faria na sequência deste. Filme obrigatório.


domingo, 6 de outubro de 2024

PRISÃO FEMININA

Título Original: Nedamatgah
Diretor: Kamran Shirdel
Ano: 1965
País de Origem: Irã
Duração: 10min

Sinopse: Prisão Feminina narra a vida das prisioneiras e os problemas que suas famílias enfrentam para sobreviver. As entrevistas com as prisioneiras, assistentes sociais e professores servem como registro documental.
 
Comentário: Curta documental de um Irã pré revolução de 1979 onde é possível ver que nem tudo eram flores naquela época, inclusive há problemas muito similares com o Irã de hoje. As mulheres relegadas a segunda classe por uma sociedade que sempre teve um pé no fundamentalismo religioso. Cena de crianças nas prisões junto com suas mães são assustadoras para nossa sociedade de hoje. O filme é interessante mais como registro histórico, é verdade, mas também serve como diálogo, e muito, para a sociedade que construímos a partir deste passado que nos parece tão remoto. As coisas estão tão diferentes assim? Lógico que há diferenças, mas na espinha dorsal do problema, ainda estamos no mesmo lugar na minha opinião. Impressionante como o diretor consegue ser preciso e cirúrgico em apenas 10 minutos.