quarta-feira, 26 de novembro de 2014

UMA VIDA DIFÍCIL

Título Original: Una Vita Difficile
Diretor: Dino Risi
Ano: 1961
País de Origem: Itália
Duração: 113min

Sinopse: Silvio Magnozzi é um jornalista e antigo membro do partido comunista que não consegue encontrar na Itália "nova" - que está vivendo seu "boom" econômico e onde ganham sempre os trampolineiros e os "sem escrúpulos" - os ideais que sustentaram a resistência contra os nazi-fascistas. Ele se sente um perdedor e acaba sendo pressionado para negar sua identidade em troca de um falso bem estar.

Comentário: Obra prima de Dino Risi, um filme espetacular com um dos melhores trabalhos de Alberto Sordi. O filme tem muito da minha vida e dos meus valores, então sou muito suspeito pra falar. Dino Risi tem se demonstrado um excelente diretor italiano que não tem o prestígio que merece junto aos grandes nomes. O filme cai um pouquinho na meia hora final, perde o ritmo, mas consegue superar isto com um excelente desfecho, não poderia imaginar um final melhor. Em uma sociedade como a atual, onde o dinheiro move o mundo e a corrupção rola solta, é um filme super atual, se passasse nos dias de hoje não haveria diferença nenhuma no roteiro, porém o personagem principal não precisaria apenas de um carro bonito pra ser aceito pela sociedade, mas também de um iphone, tablet, roupas de marca e mais um monte de coisa, pra você ver como os valores do ser humano evoluiu pouco da década de 60 pra cá... essa sociedade capitalista é um porre!


TODOS PORCOS

Título Original: Buta to Gunkan
Diretor: Shohei Imamura
Ano: 1961
País de Origem: Japão
Duração 108min

Sinopse: Jovem opta por trabalhar como criador de porcos da Yakuza ao invés de arranjar um emprego normal. Contrariado pela namorada e acreditando ser apenas um trabalho como outro qualquer, ele acaba sendo jogado em meio ao mundo do crime.

Comentário: Eu esperava mais do filme, por tantos comentários favoráveis que ouvi, mas não caiu tanto na minha graça. Achei que ele se estende demais em algumas partes, então ele fica inconstante, com cenas muitos fodas e outras bem mornas. O grande trunfo do filme é a atuação de Jitsuko Yoshimura (a namorada Haruko), ela consegue carregar o filme nas costas, excelente interpretação. Hiroyuki Nagato (o protagonista Kinta) já não gostei dele atuando, caricato demais, forçado demais, chega a atrapalhar a maneira como você encara o filme. A cena dos porcos nas ruas é sensacional, já o desfecho me decepcionou, previsível e repetitivo, é impressionante o tanto de filme japonês desta época que termina da mesma maneira, consigo citar uns 10 pelo menos, falta de criatividade.


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O REI DOS REIS

Título Original: King of Kings
Diretor: Nicholas Ray
Ano: 1961
País de Origem: EUA
Duração: 171min

Sinopse: A vida de Cristo contada com rigor histórico. Da manjedoura em que nasceu na cidade de Belém para a adoração de milhares de fiéis espalhados pelo mundo, a vida de Jesus Cristo (interpretado por Jeffrey Hunter) foi inegavelmente repleta de grandes acontecimentos. Você verá seus milagres, os pilares da construção de sua igreja, a escolha dos Doze Apóstolos, a última ceia, a traição de Judas (Rip Torn), o humilhante julgamento em praça pública conduzido por Pôncio Pilatos (Hurd Hatfield), a crucificação e a ressurreição. Para os cristãos, a chance de ver seu líder espiritual. Para toda a humanidade, a oportunidade de aprender mais sobre a vida de um dos ícones religiosos mais importantes da História, reconhecido como espírito valoroso independentemente da religião. O Rei dos Reis tem música do vencedor do Oscar Miklos Rozsa e narração de Orson Welles.

Comentário: Nicholas Ray foi um dos grandes diretores do cinema, tendo inclusive conseguido filmar a própria morte em um documentário com o Wim Wenders, dava o sangue por seus projetos. Rei dos Reis não é seu melhor trabalho, mas é uma grande obra, pode-se perceber o cuidado em focar fatos históricos e pesquisas para que Jesus fosse inserido dentro de seu contexto e não simplesmente contasse só sobre sua peregrinação, este é o grande diferencial do filme. Apesar de longo, não senti em nada o tempo passar, a interpretação de Hunter não está das melhores, acho que o papel deve ser bem intimidador, pois talento ele sempre teve. A música de Miklos Rozsa é excelente, mas ela toca demais, acho que poderia ter momentos sem música e a narração também entrava um pouco a narrativa. O sermão da montanha é realmente esplendoroso, com apenas um discurso podemos ver toda a base da mensagem de Cristo e não o que as igrejas deturparam em anos e anos de abominações. Um filme pra se assistir sem muita expectativa que se torna uma bela surpresa.

TOTÒ, PEPPINO E A DOCE VIDA

Título Original: Totò, Peppino e... La Dolce Vita
Diretor: Sergio Corbucci
Ano: 1961
País de Origem: Itália
Duração: 87min

Sinopse: Antonio (Totò) faz a vez de um zelador de estacionamento que conhece, graças ao seu ofício, grandes personagens da vida noturna de Roma, na época imortalizada com o filme A Doce Vida, de 1960. É nessa situação que tem de “enfrentar” seu matuto primo que moram no interior da Itália e que acha que o manobrista é um bem sucedido homem de Roma.

Comentário: De todos os filmes com o Totò e Peppino que já assisti, achei este o mais fraco, muitas cenas me pareceram forçadas e sem a graça usual da dupla. A direção de Corbucci segura bem o filme, mas nem assim consegue manter o ritmo, isto não significa que não há partes boas que nos conseguem tirar boas risadas, sim, há várias delas, mas comparando os outros filmes de Totò e Peppino este realmente fica abaixo da média. Acho que os dois funcionam melhor quando estão inseridos em um cotidiano mais casual e comum, pois são nessas comédias que eles conseguem atingir seus potenciais. Alguns paralelos com o filme A Doce Vida foram muito bons, outros nem tanto.




terça-feira, 18 de novembro de 2014

UM ESTRANHO EM MINHA CASA

Título Original: Fi Baitina Rajul
Diretor: Henry Barakat
Ano: 1961
País de Origem: Egito
Duração: 153min

Sinopse: Um drama político sobre a resistência à dominação britânica do Egito, que terminou com o exílio do rei-títere Farouk em 1954 e a ascenção ao poder de Gamal Abdel Nasser. O filme começa com o assassinato de Primeiro-Ministro pelo jovem revolucionário Ahmed Hamdi. Em sua fuga da polícia, Hamdi refugia-se na casa de uma família apolítica de classe-média, que acaba assumindo o risco de esconder um perigoso fugitivo da justiça. Baseado em uma novela de Ihsan Abdel Qoddous, o filme é um retrato fiel desse turbulento período, no início da década de 1950.

Comentário: Eu realmente gosto de filmes políticos, é um assunto que muito me interessa até porque exerci a profissão de professor de economia política por alguns anos, então posso ser extremamente tendencioso ao escrever e dar nota pra este filme. Gostei bastante, tanto do ritmo quanto da história, as discussões ideológicas e o próprio ritmo tenso do filme conseguem te prender muito bem em mais de duas horas e meia. Omar Sharif, novinho de tudo, interpreta o personagem principal muito bem, mas o elenco de apoio ajuda, e muito, a manter o olho do telespectador vidrado na tela. A beleza e a inocência da personagem Nawal (interpretada por Zubaida Tharwat) é um colírio para os olhos. Achei que teve algumas partes um pouco forçadas, mas nada que atrapalhe demais o ritmo do filme. Muito se fala dos filmes indianos, mas vejo pouca gente comentando sobre filmes egípcios, tudo bem que é o segundo filme egípcio que assisto para o projeto Oráculo Alcoólico, mas foram dois filmes muito superiores aos três indianos que assisti desta década de 60.


SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Título Original: Francis Of Assisi
Diretor: Michael Curtiz
Ano: 1961
País de Origem: EUA
Duração: 105min

Sinopse: Nascido em berço de ouro, cercado de privilégios, paixões e luxo, Francisco de Assis veio a ser um dos mais amados e reverenciados santos da história. Bradford Dillman interpreta de modo marcante o ambicioso aventureiro que ouve a voz de Deus e responde abandonando sua vida de conforto. Ao trocar a espada pela cruz, ele se eleva à glória... Mas acaba tendo o trabalho de sua vida ameaçado por uma hierarquia corrupta e ciumenta dentro da própria Igreja. Sob a batuta de Michael Curtiz, famoso diretor de Casablanca, esta história épica de coragem e sacrifício é uma inspiração para toda a família.

Comentário: Michael Curtiz lançou dois filmes no ano de 1961, primeiramente este e mais pro final do ano Os Comancheros com John Wayne, encerrando sua carreira e vindo a falecer no ano seguinte. Este filme não faz jus ao grande homem que foi São Francisco de Assis, não que seja ruim, mas deve ter sido uma tarefa muito difícil de ter sido feito, não achei que Bradford Dillman estava bem no papel, no começo do filme sim, mas depois não me parecia muito bem adequado ao papel. Curtiz fez grandes filmes, era um grande nome do cinema, aqui ele ganha força pela simplicidade e realismo em muitas cenas, quando assistimos um filme de Hollywood com cavaleiros medievais temos aquela impressão de que tudo era lindo e harmonioso, quando na verdade devia parecer um circo de cores para os dias de hoje, podemos ver este realismo que para alguns pode beirar a tosquisse ou parecer piegas. Acho que a força do filme é a simplicidade e o realismo mesmo, como São Francisco gostava das coisas, acho que Curtiz teve este cuidado na hora de fazer o filme. Outra coisa que me chama muito a atenção é a discrepância entre a missão de São Francisco na mesma época que ocorria as Cruzadas (valores tão diversos da igreja que podemos ver no filme) e o fato do sonho do Papa dizendo que ele havia visto São Francisco reconstruindo a igreja, penso no Papa atual, primeiro a usar o nome de Francisco e fazendo todas essas reformas e reconstruindo tantos valores. São Francisco nunca esteve tão forte como nos tempos atuais, e isto me alegra, pois foi um dos (se não o) santos mais importantes, e não, não acho que seja possível um filme sobre ele que seja completo e que passe a grande vida deste homem, mas valeu a tentativa.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

UMA TÃO LONGA AUSÊNCIA

Título Original: Une Aussi Longue Absence
Diretor: Henri Colpi
Ano: 1961
País de Origem: França
Duração: 94min

Sinopse: Uma dona de um café, no subúrbio de Paris, julga reconhecer, num vagabundo, o seu marido deportado durante a II Guerra Mundial. O homem, que perdeu a sua memória, não se lembra de acontecimentos anteriores a 1945, com os quais se vê confrontado.

Comentário: Este é o primeiro filme dirigido por Henri Colpi e ganhou o Palma de Ouro em Cannes dividindo o prêmio com o Viridiana do Buñuel, porém não conseguiu manter a carreira em alta, não voltou a fazer um filme relevante como este. Um filme deveras estranho, já que os personagens parecem se recusar a agir da maneira que você gostaria que eles agissem. Tem horas que você simplesmente quer gritar com eles "Faça isso!" ou "Faça aquilo!", mas eles não obedeceriam. É um filme que vai crescendo, para culminar em um final que me gelou a espinha. Não achei que ele deveria ganhar a Palma de Ouro, por exemplo, acho que teve vários outros filmes superiores neste ano, mas é fato que o filme gruda que nem um chiclete na sua cabeça, você fica pensando nele muito tempo depois de assisti-lo. Independente se é isso ou aquilo, é um filme forte, com atuações ótimas de Alida Valli e Georges Wilson.


O VENTO TAMBÉM TEM SEGREDOS

Título Original: Whistle Down The Wind
Diretor: Bryan Forbes
Ano: 1961
País de Origem: Inglaterra
Duração: 95min

Sinopse: Neste drama clássico, baseado em romance de Mary Hayley Bell, a pequena Hayle Mills vive com irmãos na fazenda de seu pai viúvo, no norte da Inglaterra. Suas vidas são abaladas quando descobrem um homem procurado pela polícia (Alan Bates) escondido no celeiro. Após um confronto e mal-entendidos, as crianças imaginam que o homem seja a reencarnação de Jesus Cristo. Percebendo esse poder, o homem tenta usar isto a seu favor.

Comentário: O filme tem dois pontos altos, o primeiro é a história que é muito bem escrita e leva a inúmeros caminhos de reflexão, inclusive a maneira que se apresenta a religião para uma criança. O segundo ponto é a atuação da atriz mirim Hayle Mills, mais conhecida pelo papel da Pollyanna, ela também é a filha da Mary Hayley Bell, autora do livro que este filme adaptou. Diane Holgate, a irmã da atriz principal, também faz um excelente trabalho, pena que só fez este filme. Ficar imaginando o psicológico das crianças frente a ressurreição de Cristo e o que pode vir a seguir no desfecho do filme é angustiante. Um belo filme, com um ótimo desfecho.



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

101 DÁLMATAS

Título Original: One Hundred And One Dalmatians
Diretores: Wolfgang Reitherman, Clyde Geronimi
& Hamilton Luske
Ano: 1961
País de Origem: EUA
Duração: 79min

Sinopse: A diversão começa quando os dálmatas, Pongo e Prenda, tem 15 maravilhosos filhotes na casa de seus donos. Juntos eles formam uma grande e linda família até que a malvada Cruella Cruel, rapta todos os filhotes de dálmatas da cidade, incluindo os de Pongo e Prenda. Agora, os corajosos pais tem a responsabilidade de reunir toda a população canina, em uma missão cheia de suspense para salvar os inocentes filhotinhos da horrível vilã.

Comentário: Ótima animação dos estúdios Disney, ainda hoje consegue me prender, o início com a narração em off de Pongo é simplesmente perfeita. Cruella é uma das vilãs mais absurdamente desumanas da história das animações, uma pessoa que quer matar um monte de cachorros pra fazer um casaco de pele beira ao doentio (na verdade, se pensarmos nos dias de hoje, qualquer pessoa que queira matar animais pra fazer um casaco é doentio). O filme é curtinho, deixa um gostinho de quero mais. Algumas sacadas como a do "latido ao luar" são ótimas e os vários cachorros que aparecem durante o filme ajudam a manter uma boa narrativa. Faltou um algo mais no desfecho de alguns personagens, principalmente da Cruella.


ONDE OS PECADOS SE CRUZAM

Título Original: Il Mantenuto
Diretor: Ugo Tognazzi
Ano: 1961
País de Origem: Itália
Duração: 96min

Sinopse: Stefano Garbelli é um funcionário administrativo em uma indústria farmacêutica em Roma. Solteirão e desastrado, até certo ponto burro. Mete-se em uma confusão e involuntariamente transforma-se em um cafetão.

Comentário: Primeiro trabalho de Ugo Tognazzi na direção, ele não desaponta, a direção do filme é muito boa, a cena inicial das pernas de Ilaria Occhini foi ótima. Falando nas pernas de Ilaria Occhini, não tem como não comentar a beleza e o talento desta atriz neste filme que são de encher os olhos. A história é boa, uma comédia italiana que tem um bom ritmo, sem aquela gritaria costumeira dos filmes do Totò e Peppino. Tenho gostado muito das comédias do Tognazzi, exatamente porque elas tem uma carga muito interessante de crítica e fazem o telespectador pensar. Se mantém o mesmo nível de Mulheres à Italiana ou de O Fascista (apesar de eu preferir o primeiro), onde você consegue rir bastante e também se emocionar com os personagens.


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

UMA MULHER É UMA MULHER

Título Original: Une Femme Est Une Femme
Diretor: Jean-Luc Godard
Ano: 1961
País de Origem: França
Duração: 82min

Sinopse: Angela, uma stripper, deseja ter um bebê e tenta convencer seu namorado, Émile, a ir adiante com a ideia, mas ele não concorda. Assim, ela acaba procurando o amigo de Émile, Alfred, para realizar seu desejo.

Comentário: Segundo filme da vasta carreira do Godard. Quando terminou o filme eu pensei "acho que prefiro o Acossado", mas agora já não sei mais. Só sei que em quesito de direção, este é melhor, é impressionante como o diretor brinca com a câmera com um ar de veterano. Anna Karina, que interpreta Angela, está deslumbrante no filme, atua muito bem e tem um carisma excelente. Jean-Paul Belmondo e Jean-Claude Brialy também estão ótimos, quando o diretor é bom, os atores parecem extrair o que há de melhor neles. Godard é um gênio, ponto, mesmo não gostando da sua carreira atual, não acho que ele perca o status de gênio que adquiriu com o começo da carreira. O desfecho do filme é ótimo e há várias cenas tão "cuti cuti" que deixa o coração de qualquer um mole. Obrigatório pra qualquer amante da Nouvelle Vague francesa.


O TERROR DAS MULHERES

Título Original: The Ladies Man
Diretor: Jerry Lewis
Ano: 1961
País de Origem: EUA
Duração: 95min

Sinopse: Herbert H. Heebert (Jerry Lewis) é um rapaz vítima de uma relacionamento que o deixou totalmente desiludido com relação às mulheres. Ironicamente ele consegue emprego justamente em uma pensão para mulheres, que está lotada de jovens atrizes.

Comentário: Vejo muitas pessoas dizendo por aí que não acham graça no Jerry Lewis e que não entendem como ele fez tanto sucesso. Charles Chaplin foi um comediante incrível, mas seu tipo de comédia funcionava no cinema mudo, quando o cinema ganhou voz ele perdeu um pouco sua força, já ouvi pessoas dizerem que não veem graça nenhuma no Chaplin também. Jerry Lewis simplesmente inventou um novo tipo de comédia pro cinema, uma comédia com teatralidade e com interpretações circenses de um típico palhaço, diria ainda que influenciou em muito a criação do gênero pastelão do Corra Que a Polícia Vem Aí, por exemplo. O problema, é que o gênero comédia é um dos gêneros que fica datado mais rapidamente, porque piadas envelhecem, e é por isto que muitas pessoas não acham graça nas comédias antigas, é preciso ver este filme com os olhos da década de 60. Jerry Lewis produz, escreve, dirige e atua neste que é um de seus melhores filmes. Eu ri bastante, exatamente por ter partes completamente nonsense, que parecem não fazer nenhum sentido. O cenário é uma das coisas mais bonitas que já vi em montagem na história do cinema e a maneira como ele é utilizado pela direção de Lewis é um show. Jerry Lewis é indiscutivelmente um dos gênios da comédia na história do cinema, e merece muito este lugar que conquistou ao longo dos anos.


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

QUEM HESITA ESTÁ PERDIDO

Título Original: Quem Hesita Está Perdido
Diretor: Sergio Corbucci
Ano: 1960
País de Origem: Itália
Duração: 97min

Sinopse: Com a morte do chefe do escritório de uma empresa de transportes em Nápoles, sua vaga deveria ser preenchida. Os dois funcionários mais velhos, candidatos ao cargo vago, disputam a indicação usando os meios mais sutis e não muito éticos. Mais uma grande comédia de Totò e Peppino.

Comentário: Uma boa comédia, como sempre, da dupla Totò e Peppino. Aquele falatório que só os italianos conseguem fazer, é diálogo em cima de diálogo, sempre gritando, não é um bom filme para se assistir se está com dor de cabeça. As confusões são tantas, algumas originais, outras nem tanto. Totò e Peppino estão ótimos juntos (aqui não tão juntos, já que são praticamente inimigos durante toda a película). Achei que o desfecho do filme acontece de uma maneira muito rápida, você espera um desenrolar menos rápido e abrupto que não acontece. Indico pra quem curte uma comédia italiana ou seja fã desta dupla de comediantes em específico.


CERTIDÃO DE NASCIMENTO

Título Original: Swiadectwo Urodzenia
Diretor: Stanislaw Rózewicz
Ano: 1961
País de Origem: Polônia
Duração: 100min

Sinopse: Três dramáticas histórias sobre a ocupação alemã na Segunda guerra mundial sob o olhar de três crianças: Janek procura a mãe e seu irmão menor. Zbyszek cuida de seus dois irmãos enquanto a mãe está no campo colhendo batatas e o pai é prisioneiro de guerra. E Mirka que vai para um orfanato em busca de uma nova família.

Comentário: Um dos melhores filmes que assisti deste ano de 1961. São três curtas, contados de maneira independente um dos outros sobre crianças na Polônia durante a Segunda Guerra. A fotografia é maravilhosa e as atuações das crianças são livres de qualquer crítica negativa. Eu realmente não sei qual das três histórias preferi mais, todas me tocaram de uma maneira diferente, fico imaginando o que esta guerra não fez com o psicológico de milhares de crianças que estavam no meio do conflito. O que as guerras atuais fazem com o psicológico com milhares de crianças no meio do conflito. Os horrores da Alemanha nazista conseguem impressionar ainda nos dias de hoje. Gostaria de encontrar mais filmes deste diretor. Recomendadíssimo pra qualquer cinéfilo.


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O JUÍZO UNIVERSAL

Título Original: Il Giudizio Universale
Diretor: Vittorio De Sica
Ano: 1961
País de Origem: Itália
Duração: 96min
 
Sinopse: Tudo pode acontecer no dia do Juízo Final em Nápoles. Quando uma voz poderosa que vem do céu anuncia que o dia fatídico chegou, os moradores da cidade reagem cada um a sua maneira... É o início de uma série de situações divertidas e inusitadas.
 
Um filme um tanto desconhecido do Vittorio De Sica, mas o meu preferido do diretor dos que assisti até agora. Se eu tivesse assistido sem saber o diretor, jamais imaginaria ser um filme do De Sica, lembra muito mais um filme do Luis Buñuel. Durante o filme tem aquela velha cutucada do diretor mostrando o lado escroto da humanidade, mas é um filme divertido, você chega ao final pensando bastante sobre tudo sem ter aquela vontade louca de cortar os pulsos que os outros filmes dele me deram. Sem contar o elenco de primeira grandeza com Vittorio Gassman, Alberto Sordi, Anouk Aimée e a bélissima Silvana Mangano. Até o Jack Palance aparece em um momento.
 
 

VOLTA MEU AMOR

Título Original: Lover Come Back
Diretor: Delbert Mann
Ano: 1961
País de Origem: EUA
Duração: 102min

Sinopse: Jerry Webster (Rock Hudson) e Carol Templeton (Doris Day) são dois publicitários, mas de agências diferentes. Irritada pelos métodos de Jerry, que usa bebidas e mulheres para garantir contratos para a agência para a qual trabalha, Carol tenta que ele seja proibido de exercer a profissão e faz com que Jerry seja julgado pelo conselho de ética.

Comentário: Gosto muito do Rock Hudson atuando e curto muito a Doris Day cantando, mas quem rouba a cena neste filme é difinitivamente Tony Randall no papel do empresário deprimido que precisa se auto afirmar toda hora. O filme é legal, tem várias cenas ótimas (como a do alce), deu pra dar boas risadas, a química entre Hudson e Day não parece ter me convencido muito, daí o filme fica meio água com açúcar, mas nada que o deixe cansativo ou que interfira na dinâmica dos acontecimentos, na verdade é até impressionante como o filme fica com um ritmo meio desenfreado pro final, vai acontecendo um monte de coisas. Uma ótima crítica ao sistema capitalista americano de marketing a qualquer custo.