segunda-feira, 21 de novembro de 2016

JURAMENTO DE OBEDIÊNCIA

Título Original: Bushidô Zankoku Monogatari
Diretor: Tadashi Imai
Ano: 1963
País de Origem: Japão
Duração: 122min

Sinopse: O jovem japonês Iikura encontra os diários dos seus antepassados, descobre que é descendente de uma antiga linhagem de samurais e que todos tiveram fins trágicos. Iikura reflete sobre o passado de sua família e o confronta com o seu presente através da lembrança dessas leituras.

Comentário: Um filme interessante, poucos conseguiram me deixar tão irritado e puto quanto este. Nunca havia notado, mas os samurais são os pobres de direita, os coxinhas, os imbecis que mantém um sistema intacto. Tantos filmes idolatram tanto os samurais, colocando-os em um patamar de honra e heroísmo e este é excelente pelo oposto, mostra o quão idiotas eles eram, o quão lambedores de sacos dos imperadores ou chefes dos clãs eles eram. Filme obrigatório pra ir contra o sistema, servindo como critica ao capitalismo e aos endinheirados de hoje, se mantendo absurdamente recente para os dias de hoje. Vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim de 1963, quando o filme terminou não dei nota 10, tinha dado menos, conforme os dias foram passando a nota foi aumentando e o que o diretor quis passar foi se enraizando no meu cérebro.


O MUNDO DE SUZIE WONG

Título Original: The World Of Suzie Wong
Diretor: Richard Quine
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 126min

Sinopse: Um americano cansado de sua vida executiva tenta ser pintor em Hong Kong, onde contrata uma jovem prostituta como modelo, por quem eventualmente se apaixona.

Comentário: Das comédias românticas que eu já assisti, acho que esta (se não a melhor) é uma das melhores de todas. William Holden e Nancy Kwan estão perfeitos em seus papéis e rola uma química ótima entre os dois. O filme, por mais que pareça um filme bobinho, serve como uma discussão ótima sobre a moralidade, sobre preconceito e um monte de outras coisas, quem dera as comédias românticas conseguissem metade de profundidade hoje em dia que este filme conseguiu há mais de cinquenta anos atrás. Uma Linda Mulher é fichinha. O diretor conseguiu fazer duas pérolas no mesmo ano, este e O Nono Mandamento são filmes excelentes.


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A CARREIRA DE SUZANNE

Título Original: La Carrière de Suzanne
Diretor: Eric Rohmer
Ano: 1963
País de Origem: França
Duração: 55min

Sinopse: Bertrand (Philippe Beuzen) e Guillaume (Christian Charrière) são universitários em Paris. Guillaume se aproveita de Suzanne (Catherine Sée), uma jovem inocente, o que faz com que Bertrand despreze ambos: ele por se aproveitar, ela por se deixar enganar. Bertrand começa a desconfiar que Suzanne está interessada nele, mas ele sente-se atraído por Sophie (Diane Wilkinson), que não lhe dá a menor atenção.

Comentários: Segundo filme de uma série de seis em que o diretor intitulou como Seis Contos Morais. Preferi o primeiro filme (A Padeira do Bairro), porém este é bem mais complexo e mais trabalhado o que deixa injusto uma comparação. O personagem principal é um imbecil, o amigo dele é um escroto e Suzanne é uma idiota. A direção é ótima e o ritmo do filme é excelente até certo ponto, o final ficou a desejar, já que rola um anticlímax. Os atores trabalham super bem, mesmo que em todo o filme eu odiei todos eles, mas acho que era essa a intenção. Esperava mais do final, meio que decepcionou, deu mil voltas pra não se chegar a lugar nenhum, foi pelo menos esse o sentimento que ficou, mas os valores morais que estão no filme martelam na sua cabeça muito tempo depois de ter assistido.


O REI DOS FACÍNORAS

Título Original: The Rise and Fall of 'Legs' Diamond
Diretor: Budd Boetticher
Ano: 1960
País de Origem: EUA
Duração: 101min

Sinopse: A ascensão e queda do gângster Jack 'Legs' Diamond (Ray Danton), que tornou-se um dos criminosos mais temidos dos EUA nos anos 1920. Jogador, sedutor e violento, irá fazer de tudo para se tornar o chefão do crime organizado em New York.

Comentários: Um ótimo filme de gangsters bem no estilo alá Scorsese, uma pena ser tão desconhecido. Budd Boetticher, mais conhecido por filmes de faroestes, conseguiu fazer um excelente filme fora da sua zona de conforto. Legs Diamond foi um dos notórios chefões do crime organizado na época de Al Capone. O filme não é super fiel aos fatos reais, como todo filme baseado em fatos reais, mas consegue capturar muito bem vários momentos importantes da biografia de Diamond, sua morte permanece um mistério até hoje, diferente de como o filme tenta tratar. O elenco atua muito bem e o filme te prente do começo ao fim. Um filme do mesmo ano de Cavalgada Trágica do diretor, mas infinitamente superior.


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

JOE LIMONADA

Título Original: Limonádový Joe Aneb Konská Opera
Diretor: Oldrich Lipský
Ano: 1964
País de Origem: Checoslováquia
Duração: 95min

Sinopse: Escandalosa paródia dos faroestes clássicos de Hollywood, a comédia musical do diretor checo Oldrich Lipsky vale-se de seus trabalhos anteriores em animação para avacalhar e exagerar o "grande gênero" do cinema americano. Passada em Stetson City, a história começa com uma balbúrdia generallizada no Whisky Trigger Saloon (Bar Gatilho de Prata), de onde o malévolo Doug Badman controla a cidade e onde a cantora Tornado Lou sonha com um amor redentor. O ataviado Joe Limonada irrompe na cidade, trazendo a lei e a ordem - e a limonada Kolaloka - e salvando a virginal Winifred Goodman das garras do terrível Hogo Fogo.

Comentários: É um filme divertido, mas o Joe Limonada pra mim é o personagem mais capitalista já criado em um filme, que filho da puta, torci um pouco pra ele se dar mal! Entretêm muito bem e serve como uma homenagem a vários tipos de filmes (mudo, musical, faroeste, etc...). No final tudo fica meio sem pé nem cabeça, um pouco forçado demais, achei um pouco desnecessário. Mas todos trabalham muito bem, inclusive com uma atuação meia canastra proposital, tirando sarro mesmo de alguns clichês de filmes do gênero. Vale a assistida, é divertimento na certa. A direção é perfeita, tecnicamente é um filme que todo estudante de cinema deveria assistir.


ENTRE LAGARTOS

Título Original: Eén Hagedis Teveel
Diretor: Paul Verhoeven
Ano: 1960
País de Origem: Holanda
Duração: 31min

Sinopse: A bela Janine, apesar de paquerada por um colega, não consegue deixar de se sentir atraída pelo misterioso escultor que a toma por modelo. Nas mãos do artista, ela sente sua verdade ser reconhecida, sua face ser revelada enquanto atravessa uma transformação inexplicável. Mas para que uma criação ocorra, algo precisa ser destruído.

Comentários: Primeiro filme (média metragem) do diretor Paul Verhoeven, conhecido por filmes mais comerciais como Robocop ou Instinto Selvagem. Aqui podemos ver o controle impressionante que ele já demonstrava do cinema. O filme tem atores mais ou menos, mas que crescem nas tomadas do diretor. A parte em que Janine relata sua relação com o escultor é a melhor de todas e impressiona, é poesia pura, é aquilo que o cinema tem de melhor. Reflexivo e difícil, mas um ótimo começo para um diretor que iria voar alto (e algumas vezes baixo).


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

FARSA TRÁGICA

Título Original: The Comedy of Terrors
Diretor: Jacques Tourneur
Ano: 1963
País de Origem: EUA
Duração: 83min

Sinopse: Waldo Trumbull (Vincent Price) é proprietário de uma funerária de poucos clientes. Ele é casado com Amaryllis (Joyce Jameson), que é frustrada por não conseguir ser cantora de ópera. O estranho assiste da funerária (Peter Lorre) é apaixonado por Amaryllis e um fugitivo ladrão de bancos. Trumbull precisa de dinheiro para pagar aluguel, então passa a matar pessoas a fim de conseguir clientes.

Comentário: O filme é uma comédia de humor negro bem no estilo em que Vincent Price está habituado. O trio Price, Lorre e Karloff, do filme O Corvo dirigido por Roger Corman, se repete neste e consegue manter o nível, mesmo achando o filme do Corman um pouco melhor (acho que por causa daquele combate de magia entre Price e Karloff). Boris Karloff podia ter tido um pouco mais de espaço no filme, que tem elementos shakespearianos a todo momento. Peter Lorre e Joyce Jameson são uma espécie de Romeu e Julieta bizarro, Boris Karloff é o Rei Lear maluco e negligenciado, Vincent Price e Basil Rathbone vivem uma espécie de MacBeth e Macduff como é comentado a todo momento em citações. O final é o que tem de melhor no filme. Diversão mais que garantida.


O CANTOR E A BAILARINA

Título Original: O Cantor e a Bailarina
Diretor: Armando de Miranda
Ano: 1960
País de Origem: Portugal
Duração: 93min

Sinopse: O cantor português Luís Vidal desembarca no Rio de Janeiro, interessando-se por uma linda rapariga. Fotografa-a, mas apenas se distinguem as pernas da jovem, que Luís incumbe seu secretário, Camilo Pampanini, de 'identificar' na cidade... Trata-se da bailarina Natália Derval, com quem Luís vive um romance. Luís convence-a a ilustrar com bailados as suas canções, o que não agrada a Camilo, elaborando um plano de agitadas consequências.

Comentário: O filme é uma produção portuguesa, mas realizado no Brasil. Imaginem o Luciano Huck se apaixonando pela Angélica nos anos 60, é mais ou menos isso. Situações clichês, um romance bem água com açúcar que chega a parecer trama mal elaborada de novela Global. A única coisa que realmente salva o filme é a participação do Otelo Zeloni, conhecido por interpretar Pepino na saudosa Família Trapo. Tirando ele e suas situações cômicas o filme é bem meia boca. A beleza de Nancy Rinaldi é espontânea, convence, mas devia ser alguma bailarina profissional, pois não achei mais nenhuma participação dela em filmes (mas como atriz trabalhava bem ruim também).