quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

SONHOS DE MULHERES

Título Original: Kvinnodröm
Diretor: Ingmar Bergman
Ano: 1955
País de Origem: Suécia
Duração: 88min

Sinopse: Acompanhe os tormentos, os sonhos e as relações amorosas de duas mulheres: Susanne, diretora de um estúdio de moda em Estocolmo, e Doris, uma jovem e inexperiente modelo fotográfica. Uma viagem para outra cidade irá alterar para sempre suas vidas.

Comentário: Me espanta ser um dos filmes que Bergman menos gostava dos que dirigiu, eu achei muito bom. Harriet Andersson da um salto em atuação aqui, saindo do papel de garota e entrando no papel de mulher. O personagem do cônsul, interpretado por Gunnar Björnstrand, é super complexo e tem várias camadas assim como a relação do outro casal. Um filme de narrativa bem simples, mas que remete a amaranhados de coisas que vêm com o amor. Há uma crítica ao comportamento consumista, machista e capitalista com os parâmetros que se tinham na época. Pode não ser um filme icônico da carreira do cineasta, mas é uma ótima pedida ao que se propõe.


domingo, 8 de janeiro de 2023

UMA LIÇÃO DE AMOR

Título Original:En Lektion i Kärlek
Diretor: Ingmar Bergman
Ano: 1954
País de Origem: Suécia
Duração: 96min

Sinopse: Depois de 15 anos de casamento, David e Marianne estão se separando. Numa viagem para Copenhagen, David pega o mesmo trem que Marianne, fazendo com que pareça coincidência. Passando este tempo juntos, eles relembram momentos, refletem sobre o passado e o futuro e podem caminhar para uma reconciliação.

Comentário: Que filme gostoso de assistir, como Bergman era gênio tanto quando pesava a mão ou quando deixava ela leve como aqui. Uma comédia romântica com diálogos inteligentes, com situações cômicas e trágicas. Filme excelente dentro do que o diretor se propõe. Pelas minhas contas seria o terceiro filme a apresentar um personagem trans (o primeiro seria Glen ou Glenda dirigido por Ed Wood de 1953 e o segundo Homem ou... Mulher? dirigido por René Gaveau em 1954, mesmo ano deste). Mas teríamos aqui a primeira personagem trans feminina, interpretada por Harriet Andersson, apesar da personagem ser construída mais como uma crítica a sociedade machista, não deixa de ser interessante olharmos por uma ótica mais atual. Um filme onde até os clichês funcionam. Há uma cena do avô falando com a neta sobre a morte que é das coisas mais lindas que Bergman já fez.


domingo, 1 de janeiro de 2023

OS ASSASSINOS

Título Original: Ubiytsy
Diretor: Andrei Tarkovsky, Aleksandr Gordon & Marika Beiku
Ano: 1956
País de Origem: Rússia
Duração: 21min

Sinopse: Primeiro filme de Andrei Tarkovsky, e o primeiro dos três curtas-metragens que fez enquanto estudante na Universidade Soviética de Cinema VGIK. Baseado no conto de Ernest Hemingway, escrito em 1927, o curta é divido em três cenas. A primeira e a última, que se passam em um café, é dirigido por Marika Beiku e Andrei Tarkovsky, e a cena do quarto é dirigida por Aleksandr Gordon. Os atores do curta também eram estudantes e até podemos ver uma cena com Tarkovsky, interpretando um freguês do pequeno restaurante.
 
Comentário: Como um curta de início de carreira universitária realmente impressiona, mas o texto de Hemingway é forte o bastante para qualquer coisa, então como fã do escritor não tem como tirar alguma responsabilidade dele por grande parte do que funciona aqui. O ator que faz o barman, que é o diretor Aleksandr Gordon da cena do quarto, tinha mais cara de intimidador do que os assassinos. Há força no curta, mas o salto que Tarkovsky daria em cinco anos já em O Rolo Compressor e o Violinista é estratosférico.