sexta-feira, 10 de junho de 2016

MURIEL OU O TEMPO DE UM RETORNO

Título Original: Muriel ou Le Temps D'un Retour
Diretor: Alain Resnais
Ano: 1963
País de Origem: França
Duração: 111min

Sinopse: O enredo centra-se nos personagens de uma viúva (Delphine Seyrig, que ganhou a Taça Volpi de melhor atriz em Veneza, em 1963) e seu jovem enteado (Jean-Baptiste Thiérrée), ambos às voltas com difíceis lembranças que lhes pertubam o passado. Um antigo amor da juventude (Jean-Pierre Kérien) volta à vida da mulher e espanta o tédio de sua existência. Já o rapaz é assombrado por memórias de uma atrocidade que testemunhou durante a guerra da Argélia, quando uma jovem chamada Muriel foi torturada até a morte.

Comentário: O filme tem tantas coisas que me agradaram quanto coisas que me desagradaram. A direção de Resnais é ótima, a história é ótima e a personagem de Seyrig é perfeita (foi o que mais me prendeu em todo o filme, o desenvolvimento dela é muito, mas muito bom mesmo), mas em contrapartida tem o ritmo do filme, muito entrecortado, experimental demais, faz com que o filme fique travando demais conforme você assista. Por mais que o ritmo tenha certa semelhança com o trabalho anterior do diretor (Ano Passado em Marienbad), parece que no filme anterior o corte experimental cai como uma luva, aqui neste parece que já não cai tão bem. Me parece que muita coisa foi subaproveitada por causa do ritmo narrativo. Mas como no filme anterior, neste podemos também perceber que o tempo é o personagem principal, explicando talvez que o que pode parecer um subaproveitamento, na verdade são as lacunas do tempo, da memória, de nossa própria existência. Dá pra ficar pensando sobre o filme durante muito tempo, tentando preencher lacunas que não estão ali e é exatamente isto que faz de Resnais ser quem ele é pro cinema. Pode não ser o melhor filme dele, pode não ter me agradado tanto, mas a genialidade do diretor está tão forte aqui como em seus outros filmes.


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