sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O PROCESSO

Título Original: Le Procès
Diretor: Orson Welles
Ano: 1962
País de Origem: EUA
Duração: 120min

Sinopse: Joseph K. (Anthony Perkins) é um homem reservado, que vive na pensão da senhora Grubach e se dá bem com todos os demais moradores do local. Um dia ele é acordado por um inspetor de polícia, que lhe informa que está preso mas não o leva sob custódia. Durante o processo Joseph segue com suas atividades normais, tendo apenas que ficar à disposição das autoridades a qualquer hora do dia. Incomodado por não saber do que está sendo acusado, ele decide investigar em busca de uma resposta.

Comentário: Primeiramente deixa eu explicar porque classifiquei o filme aqui como país de origem nos EUA, o filme foi filmado na França, Itália e Croácia (Antiga Iugoslávia) e teve produção francesa (por isso o título original é em francês), porém o diretor e o ator principal são americanos e a língua falada durante todo o filme é o inglês. Então vou deixá-lo cadastrado como um filme americano, mesmo estando meio errado e meio certo do meu ponto de vista. O Processo foi com certeza o livro mais difícil que já li, tanto por motivos pessoais quanto pelo clima claustrofóbico e opressor do livro, portanto ter a coragem de adaptá-lo pro cinema já é um grande feito. Welles conseguiu fazer um excelente trabalho em vários sentidos, a narrativa ficou muito boa, a estética do filme ficou perfeita e o clima quase chegou lá. Perkins consegue fazer um ótimo Joseph K., talvez pelas dificuldades que passou com sua homossexualidade na vida real, conseguiu passar pro personagem os problemas em entender o que está acontecendo e se sentir culpado a todo momento, a cena inicial é soberba. A última cena em que Perkins e Welles se encontram no filme é perfeita, consegue passar exatamente o tipo de sentimento que o livro te passa. Por ser um livro não finalizado de Kafka, acho que o diretor tinha um trunfo na mão de ousar mais, de se soltar para a finalização do filme, mas não foi isso que vi, achei que o final poderia ser mais aberto e surreal com a mão de Welles encabeçando o projeto. Um belo filme, mas talvez seja melhor ler o livro antes de se arriscar aqui. Pro tanto de material que o livro oferece, Welles fez milagre.


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