quinta-feira, 16 de julho de 2015

O SOL EM UMA REDE

Título Original: Slnko V Sieti
Diretor: Stefan Uher
Ano: 1962
País de Origem: Checoslováquia
Duração: 90min

Sinopse: "O Sol Em Uma Rede" explora o desenvolvimento dos romances de Fatjták, um fotógrafo amador, com a sua conterrânea Bela, e Jana, uma amante que ele conhece durante um trabalho temporário em uma colheita na zona rural. Esse triângulo amoroso fornece ao filme uma série de oposições: cidade e interior, intelectuais e trabalhadores, verdade coletiva e pessoal, realidade e representação - Todas apontando em direção à distinção entre verdade e mentira. No entanto, o filme não oferece uma resolução clara para todas as questões que levanta, demandando que o espectador tente resolvê-las por si mesmo.

Comentário: Hoje é dia de postar filmes com "Sol" no título (O Sol é para Todos), a única coisa que os dois tem em comum é criança rolando dentro de pneu e me deixar indagando porque diabos nunca fiz isto (pelo que me lembre). Este é um filme reflexivo, sem fórmulas prontas e de difícil compreensão para o telespectador que não está habituado com este tipo de narrativa. Pra mim, o filme se trata sobre amadurecimento, e em como as pessoas tem dificuldade de seguir em frente, e muitas vezes ficarem estáticas com suas obsessões (seja o personagem principal com sua obsessão por fotografias de mãos, seu amigo em pegar mulheres, o capataz que se recusa a pedir desculpas ou da mulher cega que se acostumou a fazer o papel de vítima). Alguns crescem, outros continuam em seus lugares acomodados por toda a vida, o protagonista parece disposto a crescer. O moleque que só toca a mesma nota da flauta, que diga-se de passagem tive vontade de enfiar a flauta no cu dele, parece também nunca avançar para o próximo passo. As belas mulheres da Checoslováquia roubam todas as cenas em que aparecem, só contribuem para o filme, Olga Salagová é simplesmente maravilhosa, longe deste estereótipo magrelo anoréxico "Angelina Jolie" que predomina no cinema mundial. A direção é muito bonita, as reflexões que ele trás são extensas, e para cada um o filme terá um significado diferente, mas só para quem estiver disposto a adentrar em sua proposta, que volto a repetir, não é das mais fáceis.



Um comentário:

  1. Belíssimo filme do Stefan Uher, mesmo, que deu o pontapé inicial na 'Nouvelle Vague Tchecoslovaca', que foi um dos mais relevantes e significativos movimentos cinematográficos. Um dos personagens que, a meu ver, também se recusa ir para a frente é o avô de Bela, o camponês (Blazej), que se recusa a usar as novas máquinas e prefere trabalhar com o seu velho instrumento manual. O filme me parece ser uma grande crítica à estagnação (política, cultural, social) que atingia a Tchecoslováquia, principalmente a Eslováquia, que era a parte mais pobre e atrasada (rural e agrária), frente a uma República Tcheca mais industrializada, cosmopolita e urbanizada. Neste sentido, o filme é muito mais Eslovaco do que Tcheco propriamente dito. E é como você disse: Esse filme é para poucos. Obs: Vi o seu comentário no Filmow e vi o nome do seu blog. Gostei do mesmo. Também tenho um blog, onde estou postando inúmeros textos a respeito dos filmes que tenho assistido ultimamente.

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